Projecto: Cursos de Educação e Formação de Jovens

Nesta reta final do projeto CEF – Cursos de Educação e Formação de Jovens, é tempo de refletir. Em 2010, iniciamos cinco cursos: um de Práticas Administrativas, um de Práticas Técnico–Comerciais e três cursos de Instalação e Operação de Sistemas Informáticos.

Foi um grande desafio, envolver jovens em risco de abandono escolar e com fracas expetativas profissionais. O combate ao absentismo, a falta de pontualidade e de motivação, foi constante, mas com o decorrer da formação, a tomada de consciência e a responsabilização foram ganhando terreno e a meio dos cursos, conseguimos que os formandos se mantivessem presentes e ativos, criando-se uma elevada empatia entre todos.

Aquando do aproximar do final da formação em sala, era tempo de pesar as notas dos formandos, sinalizando os mais preocupantes. Após esta análise, os formandos foram chamados a enunciar os seus locais de estágio de eleição, altura em que nos deparamos com algumas situações de renúncia de estágio. Alguns dos formandos que tinham condições de frequentar o estágio, dado que apresentavam nota positiva nas disciplinas da componente tecnológica, optaram por iniciativa própria, não efetuar o estágio pois o seu grande objetivo era a certificação escolar e não tanto a saída profissional. Os formandos que não ingressaram em estágio, quer por opção própria, quer por limitação de notas finais, finalizaram o curso com a certificação escolar, sendo que se encontram nesta situação 15 formandos. Todos os restantes formandos (21), com média positiva na componente tecnológica e que finalizaram o estágio e a prova de avaliação final (PAF) com sucesso, obtiveram a dupla certificação escolar e profissional.

Os nossos estágios decorreram em locais tão variados como sejam lojas de pronto a vestir (na área de Comércio), em Juntas de Freguesia (área Administrativa) e em lojas de eletrodomésticos e informática, (área de Informática), e com feedback positivo por parte dos tutores de estágio. É de salientar, que esta variedade de locais de estágio decorre da diversificação das nossas áreas de formação.

Esta integração em contexto real de trabalho é fundamental para o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais. Falamos de estágios com uma duração de 210H (aproximadamente 6 semanas), com horários diferenciados e distribuídos por 7 horas diárias.

Nesta nova etapa da vida dos nossos formandos, que não se adivinhava fácil, dado que não fazia parte dos seus hábitos diários a total responsabilização pelos seus atos, quer em termos
de pontualidade ou mesmo de pró-atividade, aquilo que se esperava é que trabalhassem de modo flexível, sempre ajustado às exigências da entidade acolhedora, de modo dinâmico e polivalente. A exigência desta postura, nem sempre foi fácil de gerir, dado o facilitismo que sempre encontraram no seu dia-a-dia, mesmo até por parte do núcleo familiar.

Acreditamos que independentemente da idade, os conhecimentos e as competências que foram adquiridas ao longo da formação em sala e no estágio, servirão como alavanca para uma vida profissional de sucesso, que sendo ainda muito precoce e com um longo caminho a percorrer, deve ser um ponto de partida e, assim sendo, que seja com boas bases teóricas e práticas, validadas por um estágio consciente e responsável.

A PAF (Prova de Avaliação Final) será o remate final deste percurso, avaliando conhecimentos teóricos e competências práticas e cuja nota final fará média ponderada com a classificação obtida em estágio, de modo a obterem a certificação profissional.

Aceitar as dificuldades e perceber que a vida adulta não é apenas facilidades, mas que exige empenho e esforço, é algo que estão a começar a apreender e começam a adotar as posturas que lhes são exigidas. Posturas essas, que foram largamente trabalhadas ao longo de todo o curso, quer por parte da coordenação pedagógica, quer por toda a equipa de formadores.