A minha experiência com os cursos CEF

Iniciei em 2008 o trabalho como formador de cursos CEF e desde então já leccionei mais de 10 turmas em instituições diferentes, permitindo-me ter uma experiência abrangente relativamente a esta realidade.

O primeiro impacto quando iniciamos funções ao nível da formação em cursos CEF é significativo, pois deparamo-nos com um conjunto de alunos muito heterogéneo, com idades e perfis diversos. Uma realidade manifestamente diferente daquela que encontramos nas instituições de ensino regular. Encontramos alunos muitas vezes com uma indefinição de objectivos a nível pessoal e escolar e com uma necessidade de orientação relativamente ao seu futuro.

No meu caso pessoal a minha experiência de 1 ano a leccionar em várias escolas inglesas durante o ano lectivo 2005/06 facilitou a minha adaptação a esta realidade, pois também aí encontrei um conjunto de jovens de características muito diferentes e verdade seja dita, com comportamentos e atitudes imprevisíveis.

Os primeiros desafios que encontramos quando leccionamos turmas CEF são ao nível do processo ensino-aprendizagem. Procuramos a transmissão dos conteúdos propostos pelos programas e procuramos corresponder aos desafios de ordem pedagógica, mas também rapidamente constatamos a importância da componente motivacional. Esta deve estar sempre presente no ensino, mas a este nível assume particular importância.

Cabe a cada formador deve saber gerir e adaptar os seus processos de trabalho para rentabilizar ao máximo o tempo de aula e potenciar as capacidades dos formandos. O sucesso individual de cada formando depende não só do próprio, como é óbvio, mas também do grau de empenho e envolvimento dos respectivos formadores e da respectiva coordenação pedagógica.

Na minha opinião, são precisamente os casos de sucessos de muitos e muitos formandos ao longo dos últimos anos, que fazem deste projecto um caso de sucesso no Ensino em Portugal. É verdade que os cursos financiados mobilizam muitos recursos, sejam financeiros ou humanos, e também é verdade que habitualmente as taxas de desistências são elevadas, mas por outro lado, muitos jovens excluídos ou auto-excluídos do ensino regular encontram nestes cursos uma oportunidade única de se integrarem novamente no Ensino e de posteriormente revelarem-se elementos úteis na sociedade, contribuindo dessa forma para o desenvolvimento da economia do país. Jovens que adquirem não só uma formação geral, mas também uma formação específica numa determinada área que pode ser a chave de entrada no mundo profissional. São os exemplos individuais de sucesso que fazem dos cursos financiados um projecto bem sucedido. Naturalmente nem tudo é perfeito e ainda muito pode ser aperfeiçoado a este nível e como formador o meu compromisso é precisamente contribuir para que tal aconteça.

Publicado em: 
Domingo, 30 Outubro, 2011

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